Setor do cacau pode perder 36 milhões de dólares com tarifaço

A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) calcula que o setor pode perder pelo menos US$ 36 milhões (R$ 180 milhões) em 2025 se a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre derivados de cacau for mantida. Isso se deve ao fato de que o mercado norte-americano é o segundo principal destino dos derivados brasileiros de cacau e responde por 18% das exportações do setor. A Associação avaliou que a estrutura produtiva do setor depende da moagem das amêndoas, cujo subproduto principal é a manteiga de cacau, derivado com alta demanda dos EUA e que concentra quase 100% das exportações brasileiras desse produto.
Tarifaço ao café
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que a tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras de café aos Estados Unidos ainda não é um fato consumado, podendo haver uma definição mais clara nos próximos dias. A expectativa é reforçada, conforme o Cepea, pela pressão exercida por empresas norte-americanas interessadas na manutenção do suprimento regular de cafés brasileiros, insumo essencial na composição de blends industriais. O Brasil é responsável por fornecer 25% do café importado pelos EUA e é o principal fornecedor da variedade arábica, insumo base para a indústria local de torrefação.
Crédito para energia solar
O estado de São Paulo é líder nacional na geração própria de energia solar e continua expandindo ainda mais o potencial energético sustentável do estado, com o agronegócio aderindo cada vez mais a essa geração de energia mais econômica. De acordo com a Secretaria estadual de Agricultura, para continuar com a expansão energética aos produtores rurais, a pasta disponibiliza, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), financiamento de até R$ 250 mil para pessoa física e até R$ 500 mil para pessoa jurídica. O prazo de pagamento é de até 84 meses, com carência de até 12 meses. Atualmente, a agropecuária possui 24 mil usinas instaladas que abastecem 32 mil propriedades rurais, espalhadas em 607 municípios do estado.
Borracha natural
O setor de borracha natural tem avançado nas negociações com as instituições governamentais. E, neste cenário, foi apresentado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3664/2025, que institui a Política Nacional de Produção Eficiente da Borracha Natural, a RenovaBor. A proposta legislativa tem como objetivo fortalecer a cadeia produtiva da borracha natural no Brasil, com foco na produção sustentável, incentivo à indústria nacional, estímulo à geração de créditos de carbono e descarbonização. “Seguimos na missão de garantir um futuro mais justo, valorizado e sustentável para o setor da borracha natural. A apresentação do PL 3664/2025 é mais uma demonstração de que estamos no caminho certo”, destaca Fábio Tonus, diretor-executivo da Associação Paulista dos Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural (Apabor).