Exportações de Rio Preto crescem 30,2% nos primeiros cinco meses de 2025

As exportações de Rio Preto tiveram um aumento de 30,2% nos primeiros cinco meses de 2025, segundo dados da Comex Stat, plataforma mantida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
A venda de produtos feitos em Rio Preto e enviados ao exterior somaram R$ 26,6 milhões entre janeiro e maio deste ano, contra R$ 20,4 milhões em 2024. Com exceção do mês de janeiro, todos os meses tiveram crescimento, com destaque para o mês de abril, que teve crescimento de 124,84% nas vendas externas.
Entre os principais produtos exportados estão as miudezas comestíveis de animais das espécies bovina, suína, ovina, caprina, cavalar, asinina e muar, frescas, refrigeradas ou congeladas, responsáveis por 28% do total exportado.
Na sequência, aparecem os “produtos de origem animal não especificados, ou impróprios para consumo humano” (16%) e as “preparações capilares” (14%). Os principais destinos dessas mercadorias são Estados Unidos (28%), Mianmar (16%) e Hong Kong (12%).
De acordo com Márcio Marcassa Júnior, despachante aduaneiro da Rio Port, os números são bons números apesar da queda nas importações. “Mantemos um forte viés importador. As exportações ainda são pequenas, mas com bom crescimento recente. Com esse aumento das miudezas bovinas e de outros produtos de origem animal que podem ser sêmen bovino ou embriões de animais, na segunda posição”, disse.
PROCURA
Paulo Narcizo, despachante aduaneiro da Caribbean Express, afirma que a procura por informações sobre exportação tem aumentado.
“Os empresários estão participando de feiras internacionais, expondo seus produtos, seja no Brasil ou no exterior. Miudezas comestíveis de animais bovinos e as preparações capilares estão bem. A tendência destes dois produtos de exportação é de alta para os próximos meses”, afirma.
Contudo, ele faz um alerta, lembrando que as preparações capilares podem ter queda em função de uma eventual aplicação de tarifas sobre os produtos.
IMPORTAÇÕES
As importações caíram 6,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, com recuo em todos os meses. Os principais países de origem são Chile (54%), China (24%) e Estados Unidos (6,1%).
Os “peixes frescos ou refrigerados” continuam sendo o produto que lidera as importações em Rio Preto, com 53% dos US$ 71 milhões registrados na plataforma Comex Stat. Em seguida estão os “filés de peixe e outras partes”, com 4,6% e os “diodos, transistores e dispositivos semelhantes com semicondutores” (categoria que incorpora os materiais para painéis solares), com 3,5% do total.
Segundo Narcizo a queda nas importações no início do ano, de acordo com ele, ocorreu “devido às incertezas da taxação pelo governo americano, mas exceto o aço e alumínio, taxados em 50%, demais itens exportados ao mercado americano deverão ficar em 10%”.
Outro fator que influenciou o cenário foi a alta nos custos logísticos. “O impacto negativo nas importações será aumento do frete internacional que já nos dois últimos meses está subindo. Nos últimos dois meses subiu de US$ 1,6 mil para atuais US$ 5,6 mil o valor de um contêiner, motivado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China”, afirma Paulo.
O economista José Mauro da Silva analisa que o resultado traduz uma expansão da economia mundial pós-pandemia na qual a economia do Brasil vem acompanhando, e Rio Preto, também tem se aproveitado dessa expansão.
“Isso demonstra que Rio Preto tem atendido às exigências dos mercados internacionais, sobretudo barreiras sanitárias e fitossanitárias e culturais, garantindo uma posição de destaque para a Região de Rio Preto no comércio internacional”.
VARIAÇÃO CAMBIAL
O economista José Mauro Silva ainda lembra haver um fator importante a ser analisado, a variação cambial. Segundo o especialista, houve um aumento de 8,36% do dólar em relação à moeda brasileira, entre 2024 e 2025.
“Favorece as exportações locais que, por outro lado, encarece as importações explicando o aumento das exportações em valores numéricos e queda nas importações. É sempre bom um saldo positivo para a balança comercial de Rio Preto, porque reflete o esforço para busca da expansão do comércio internacional e abertura de novos mercados e a expansão econômica da região administrativa de Rio Preto”.
Para os próximos meses, a expectativa é de estabilidade. “Acredito que (as importações) devem se manter estáveis, apesar da nova onda de aumento de fretes internacionais e o possível término da greve da Receita Federal que já dura mais de 6 meses”, conclui Marcassa. (Colaborou Ana Beatriz Aguiar)
Segue a tabela no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/1MX0NMQwhdWGSbX5nIgX2qjEwuD2Xu_mM/view?usp=drive_link