Coronel Fábio retira projeto que reduzia poderes do Conselho de Cultura

Coronel Fábio retira projeto que reduzia poderes do Conselho de Cultura
Prefeito de Rio Preto, coronel Fábio Candido, durante cerimônia de posse do secretário de Cultura, Robson Vicente (Ivan Feitosa/Prefeitura de Rio Preto)

Após a repercussão negativa no meio cultural do projeto de lei que reduzia de forma drástica poderes do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC), o prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido (PL), retirou a proposta para "ajustes e adequações". Representantes do setor cultural criticaram a mudança.

Em nota enviada na noite de quinta-feira, 16, a Prefeitura afirmou que a medida de retirar o projeto visa que a proposta "atenda plenamente aos interesses da comunidade e ao desenvolvimento cultural do município".

O que dizia a proposta
Pelo projeto do Executivo municipal, o CMPC deixaria de ser "consultivo, deliberativo e fiscalizador", como prevê a legislação atual, limitando-se apenas a um colegiado com atribuição "consultiva", ou seja, com abertura para opinar ou dar opiniões sobre as políticas para o setor.

Outra mudança radical prevista no projeto de lei previa que caberia ao secretário municipal de Cultura indicar o presidente e o vice-presidente do Conselho, podendo ele próprio (o titular da pasta) ocupar quaisquer um dos cargos.

'Grande erro'
Logo que o projeto do Executivo tornou-se de conhecimento público, o vereador João Paulo Rillo (Psol), que tem a Cultura como uma de suas plataformas de atuação, afirmou que o projeto como estava poderia "prejudicar a cidade, prejudicar os artistas da cidade, os produtores culturais da cidade. Porque, no nosso entendimento, isso não pode (ser feito), uma vez que o Conselho está em conexão ao Sistema Nacional de Cultura e esse é um requisito básico. Ser deliberativo é um requisito básico para a cidade aderir ao sistema", diz o vereador.

"A outra questão é que se ele (o Conselho) deixa de ser deliberativo, o fundo (municipal de cultura) perde completamente a sua função constitucional (…). Além de prejudicar a cidade, que pode ter novos programas do governo federal, que para receber o recurso o Conselho tem que cumprir a regra do Sistema Nacional de Cultura, ou seja, ser deliberativo. Não sabemos exatamente o que motivou essa iniciativa, mas nós vamos agir rapidamente no sentido e, a priori, estabelecer um convencimento para que ele retire o projeto. No segundo momento, obviamente, haverá muita resistência social, parlamentar e até judicial, se for o caso", completou.

(Com Maria Elena Covre)