Incertezas climáticas afetam produção de grãos no Noroeste paulista

A produção de grãos enfrenta um cenário de muitos desafios climáticos para os produtores neste primeiro trimestre de 2025. Apesar de o País registrar temperaturas mais amenas e chuvas em determinadas regiões, agricultores do Noroeste paulista buscam estratégias para manter a produtividade dos grãos. A soja e o amendoim tiveram perdas significativas com a falta de chuva, e o algodão cultivado em sequeiro, também vem sendo uma incerteza de colheita para os próximos meses.
De acordo com dados do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no mês de março, foram registradas algumas chuvas sobre as áreas produtoras de São Paulo. Porém, os volumes registrados ficaram abaixo da média histórica, de 100 milímetros de chuva. “As temperaturas também se mantiveram altas, condição que elevou a evapotranspiração. Com isso, algumas regiões já apresentaram deficiência hídrica”, explica a pesquisadora do IAC, Angélica Prela Pantano.
Na região Noroeste, o agrônomo Diogo Mendonça afirma que as culturas mais prejudicadas e ainda em colheita, como o algodão, são, principalmente, a soja e o amendoim. “No campo, observamos que as plantações de soja foram muito afetadas pela falta de chuva nos meses de fevereiro e março, deixando as plantas sem o preenchimento dos grãos. Os plantios de amendoim também foram muito prejudicados”, ressalta.
Soja
A estratégia do produtor Reginaldo Massuia, para o plantio da soja e melhor rendimento da oleaginosa, foi alugar um número maior de plantadeiras, aproveitando a chuva do final do ano passado. “Apesar de a chuva chegar com um mês de atraso nas nossas plantações, conseguimos fazer o plantio rapidamente, com mais equipamentos que contribuíram com o bom desenvolvimento da lavoura. Mas quem plantou mais tarde sofreu com a seca”.
Outra medida que o produtor adotou foi na colheita da soja de variedade com ciclo mais longo, que foi semeada rapidamente para aproveitar o solo úmido. “Para a colheita também tivemos que ir bem rápido e contar com mais equipamentos de colheitadeiras, porque tivemos ainda boa eficiência de produtividade, apesar do clima muito seco”, explica Reginaldo.
Porém, a estiagem prolongada e as altas temperaturas neste início de 2025 acabaram prejudicando o plantio de sorgo e de crotalária, cultivos que o produtor adota após colher a soja. “Desistimos de plantar o sorgo por causa da falta de chuva, e plantamos um pouco de crotalária, mas está difícil, não sabemos ainda como vai ser o resultado com essas temperaturas muito altas”.