Pix para pagar chope 'delata' grupo especializado em furto de celular em Rio Preto

O Ministério Público de Rio Preto denunciou Bruno Kauã Fernandes Montenegro, Thiago Santos Fernandes e Maurício Júnio Mariano dos Santos por participação no furto de R$ 100 mil em celulares de uma loja instalada em um shopping do bairro Jardim Redentor, em Rio Preto. Para entrar no local, os criminosos utilizaram um aparelho que detecta e copia a frequência do controle remoto da porta. Apesar da sofisticação do crime, a identificação do trio foi possível por um detalhe curioso: um deles pagou o chope na praça de alimentação com Pix.
O furto aconteceu em outubro do ano passado. Segundo as investigações, conduzidas pelo núcleo composto pelo 1º, 2º e 5º Distritos Policiais de Rio Preto, Thiago e Maurício chegaram no shopping horas antes e permaneceram na praça de alimentação observando a movimentação da loja.
Próximo do horário de encerramento das atividades, Bruno chegou e, no instante em que a loja estava sendo fechada, utilizou um aparelho com tecnologia “Hack RF” para identificar a frequência de rádio emitida pelo controle remoto da porta do estabelecimento. Cinco minutos depois, sem qualquer esforço, ele abre a porta da loja usando o dispositivo eletrônico e entra.
Com a porta fechada, Bruno tem tranquilidade para escolher 21 celulares entre os mais modernos, sendo seis Iphone, seis Motorola e nove Samsung.
De acordo com as investigações, Thiago e Maurício permaneceram do lado de fora dando cobertura ao comparsa. Assim que o furto é finalizado, o trio sai tranquilamente do shopping.
Chope
Por meio de câmeras, os investigadores descobriram que dois dos criminosos consumiram chope na praça de alimentação. Na hora de ir embora, Thiago pagou a conta com Pix.
Os dados cadastrais apontaram que ele é de uma cidade goiana que “abriga diversos criminosos especialistas em furto de lojas, especialmente àquelas instaladas em Shoppings”, conforme trecho do relatório de investigação.
O compartilhamento de informações com outras polícias resultou ainda na identificação de Bruno e Maurício. Os três estão presos.
Dos 21 celulares furtados, seis foram recuperados em uma loja do Brás, em São Paulo.
A promotora Ana Carolina Macri Morais denunciou o trio por furto qualificado mediante fraude eletrônica e concurso de pessoas. A denúncia já foi recebida pela juíza Gláucia Véspoli Oliveira e os acusados se tornaram réus no processo.
Por enquanto, somente Thiago nomeou advogado na ação. O defensor Frederico Monteiro foi procurado, mas não quis se manifestar sobre a acusação.