Resgatado de maus-tratos, 'cãoroinha' Jhonny vira atração em paróquia de Barretos

Resgatado de maus-tratos, 'cãoroinha' Jhonny vira atração em paróquia de Barretos
'Cãoroinha' Jhonny durante missa na Paróquia Santa Ana e São Joaquim, em Barretos (Divulgação/Najla Abdallah)

A Paróquia Santa Ana e São Joaquim, em Barretos, tem um devoto diferente: o “cãoroinha” Jhonny - cachorro da raça foxhound-americano, com cerca de oito anos, que participa das missas e é atração entre os devotos.

O padre Luiz Paulo Soares conta que em dezembro de 2021 encontrou Jhonny enquanto alimentava cães que vivem na Capela Nossa Senhora Aparecida. Ele também colocou ração e água para outros três cães de rua. Mas ao invés de comer, Jhonny entrou no carro do pároco. A partir daí, começou a história entre os dois.

A raça foxhound-americano é conhecida por caçar javalis. No dia em que foi encontrado, Jhonny estava com a orelha cortada e com ferimentos no focinho. Ao levá-lo no veterinário, o padre descobriu que o cão tinha doença do carrapato, infecção estomacal, sopro no coração, dentre outras doenças. Ele foi tratado e levado para a casa do padre.

“Percebi que ele não gostava de ficar em casa de jeito nenhum. O negócio dele era andar pela rua, mas, quando tocava o sino da igreja, ele voltava. Hoje em dia ele fica em cima do altar na hora da missa”, comenta o padre.

Como Jhonny não saía da missa, o padre pediu para que uma fiel fizesse uma roupa de coroinha para o cachorro. Ele veste a roupa nas missas mais solenes e fica andando, pedindo carinho aos devotos que acompanham.

Rotina

Jhonny criou a sua rotina na cidade e frequenta o shopping, a universidade, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e três escolas, tudo que fica próximo à igreja. Todo mundo sabe quem ele é. Até na hora das confissões, o cãozinho quer participar. “Quando eu entro na sala de confissões, ele começa a chorar que quer entrar também. O bom é que não conta a confissão para ninguém”, brinca o padre.

Segundo o padre, Jhonny não faz barulho, pede carinho aos devotos e as pessoas foram se acostumando com a presença dele. A maioria gosta e acolhe. “Esse cachorro é muito querido, porque ele chegou muito debilitado. Temos uma imagem em cima da porta de entrada da igreja de Nossa Senhora Aparecida e, toda missa, eu falo para o pessoal voltar à imagem e faço a consagração à Nossa Senhora. Jhonny vai para o meio do corredor e fica olhando para a Santa”.

Sobre a repercussão, o padre afirma que não esperava. “Eu não esperava que ia ter essa repercussão toda. Estou muito feliz. Como foi uma novidade para mim saber que o cachorro ia ser religioso desse jeito”, finaliza.