Sessão da Câmara de Rio Preto termina na polícia

Sessão da Câmara de Rio Preto termina na polícia
João Paulo Rillo registra boletim de suposta ameaça enquanto presidente da Casa aponta suposta calúnia e difamação (Fotos: Câmara de Rio Preto)

A sessão da Câmara de Rio Preto terminou no plantão policial na noite desta terça-feira, 11. Foram registrados dois boletins de ocorrência após a sessão. Projeto de resolução que ampliaria o horário das sessões recebeu 10 votos a favor, mas acabou rejeitado.

As sessões têm início às 14h, com previsão de término às 18h. Dependendo da aprovação do Plenário, as sessões podem ser "esticadas". O projeto previa sessões das 14h às 20h. Ainda foi rejeitado um projeto que permitiria que líderes usassem um tempo de dez minutos a qualquer momento da sessão. Atualmente, a norma em vigor só permite esse tipo de intervenção após a votação de projetos.

O projeto apresentado pelo presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), foi rejeitado em plenário, após um acordo entre líderes e assessores de vereadores para ampliar o horário das sessões de quatro para seis horas.

O vereador João Paulo Rillo (Psol), que havia retirado uma proposta inicial para que outra fosse apresentada após o acordo, disparou críticas na Tribuna à postura dos parlamentares, em especial à do presidente do Legislativo.

"Isso é coisa de moleque. Eu tenho pena de um político que vive para dinheiro, de um político que vive para negócio. Vocês têm orgulho do que fizeram?", disse Rillo na Tribuna.

"Se traíram a palavra, isso diz respeito a eles, não a mim", afirmou. O vereador também disse que parlamentares tiveram aumento de salário para esta legislatura, de R$ 5,9 mil para R$ 16,5 mil, e que "não querem trabalhar duas horas a mais".

Rillo 
A assessoria de Rillo informou que, após a sessão, o presidente da Câmara foi até ele para falar sobre as declarações na Tribuna. O vereador do Psol foi ao plantão policial e registrou um boletim de ocorrência de suposta ameaça.

Segundo o documento, na garagem, ao se aproximar de seu veículo, Julião teria "apontado o dedo indicador em riste" e dito: "não vou admitir que me chame de moleque na tribuna". Rillo afirma que respondeu: "por que você não falou assim lá na sessão? Você vem aqui me intimidar?", conforme consta no boletim.

O parlamentar ainda registrou que o episódio foi presenciado por Alexandre Montenegro (PL) e pela vereadora Márcia Caldas (PL), além de duas assessoras. Rillo postou um vídeo nas redes sociais depois do ocorrido.

"Não é possível você conviver num parlamento que você fala alguma coisa na Tribuna e outro vereador vai te intimidar na garagem", disse Rillo, que classificou a postura como "irresponsável e perigosa".

Julião 
O presidente da Câmara, por sua vez, também registrou um boletim de ocorrência. Julião afirmou à reportagem que Rillo o teria xingado na garagem. Também disse que a discussão foi presenciada por Montenegro, Márcia Caldas, e assessores da Câmara.

O presidente afirma que registrou um boletim de calúnia e difamação e que teria sido xingado na garagem de "vagabundo, e pilantra", entre outros termos.

"Tenho cinco pessoas que estavam em volta, vereadores e funcionários da Câmara", disse. "Não alterei a voz, não coloquei o dedo nele", afirmou. Segundo Julião, Rillo teria, então, dito que iria registrar um boletim de ocorrência. 

"Vai ter de provar todas essas coisas que ele me chamou, me acusou", afirmou o presidente do Legislativo. "A única coisa que eu quero é dar um basta nisso. No campo da política, pode ir do jeito que quiser, agora no campo pessoal, ele está enganado; Não faço  isso com ninguém e não vou aceitar que façam comigo", disse.