Caos da dengue passou, mas problemas persistem em UPAs de Rio Preto, diz relatório do CMS

Chegou às mãos do promotor de Justiça Sérgio Clementino um relatório elaborado pelo Conselho Municipal de Saúde de Rio Preto sobre a situação das UPAs do município.

O documento do colegiado, presidido pelo cirurgião dentista Fernando Araújo, mostra um cenário menos caótico ao existente no auge da epidemia de dengue. No entanto, longe ainda de equalizar problemas graves enfrentados pelos pacientes nas unidades.

A principal preocupação, segundo o relatório, continua sendo a longa permanência de doentes internados nas UPAs à espera de transferência para hospitais. O colegiado aponta o caso de um paciente que ficou pelo menos 12 dias numa unidade de pronto atendimento à espera de um leito hospitalar.

Os problemas apontados pelo relatório do Conselho Municipal de Saúde se mostram persistentes mesmo depois de a dengue arrefecer e de o governo do Coronel Fábio Candido (PL) ter ampliado a contratação de médicos para atendimento nas UPAs e também credenciado mais leitos no Hospital de Base, no Hospital da Criança e Maternidade e na Santa Casa. Foram 88 novos leitos e 107 médicos a mais.

Vale lembrar que estas contratações estão no pacote de medidas adotadas após o prefeito decretar estado de emergência em função da dengue, ou seja, são temporárias.

O relatório do CMS foi solicitado por Clementino a fim de atualizar um levantamento do Cremesp (Conselho Regional de Medicina) realizado no ano passado, que apontou falta de médicos, longas filas para atendimento e internação nas unidades que ultrapassavam o prazo regulamentar devido à falta de leitos SUS.

Como o levantamento do Cremesp virou a base de um inquérito aberto pelo MP em maio de 2024, o promotor solicitou ajuda do Conselho Municipal da Saúde para avaliar a situação atual.

Diante dos dados recebidos, Clementino irá marcar uma reunião com o secretário municipal de Saúde, Rubem Bottas. Após esse encontro, ele disse que vai avaliar os próximos passos da apuração.