Mortes de motociclistas em acidentes de trânsito disparam em Rio Preto

Rio Preto registrou oito mortes no trânsito em fevereiro deste ano, sendo seis delas de motociclistas. Esse é o maior número para um único mês desde 2019 de vítimas em motos. De janeiro de 2019 a fevereiro deste ano, 133 motociclistas morreram na cidade. Os dados são do Infosiga e mostram como o trânsito pode ser perigoso para quem trafega em duas rodas.

Secretaria de Trânsito, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal apontam a imprudência e a desatenção como principais motivos para os acidentes com motos. "O que observamos são atitudes que colocam esses condutores em vulnerabilidade, como ultrapassagens de sinal vermelho, excesso de velocidade, distração no trânsito relacionada ao uso de celular - inclusive por ser usado para o trabalho -, além do próprio mau uso do capacete de segurança", diz a Secretaria de Trânsito e Transportes de Rio Preto, em nota, ressaltando que há postura imprudente no trânsito por parte de pilotos e motoristas. A diferença é que o condutor da motocicleta está muito mais exposto e, portanto, corre risco de lesões mais sérias e até óbito.

A Polícia Militar também afirma que grande parte dos acidentes ocorre por imprudência dos condutores, que circulam acima da velocidade compatível e manuseando celulares enquanto pilotam a moto. "Desrespeitam as regras previstas e as sinalizações, como semáforos, por exemplo. Porém, nos últimos períodos analisados, as mortes no trânsito vêm diminuindo com o passar do tempo, mesmo que de maneira modesta", diz a corporação, em nota encaminhada ao Diário.

O porta-voz da Guarda Civil Municipal (GCM), Roger Assis, aponta que a maioria dos acidentes ocorre por desatenção de motociclistas e motoristas, que infringem as leis de trânsito.

"A imprudência é constatada há tempos. Basta dar uma volta pela cidade para ver inúmeras infrações de trânsito sendo cometidas. Mesmo com a fiscalização da GCM e a cobertura da imprensa sobre acidentes e mortes, muitas pessoas ainda insistem em desrespeitar as regras", afirma.

Frota

A Secretaria de Trânsito aponta também que muitos rio-pretenses utilizam as motos como meio de trabalho e, devido ao alto número de motociclistas, aumentam os riscos de acidentes.

Dados do Senatran de janeiro deste ano apontam que a frota rio-pretense tem 443.664 veículos, sendo 116.970 (26,3%) motos.

Trânsito caótico

Alessandro Trigilio, advogado especialista em direito de trânsito, afirma que em 99% dos acidentes com motocicletas a vítima sai lesionada ou morre.

Ele diz que a moto é um veículo de pequeno porte para dar mobilidade e, segundo o especialista, talvez seja essa a questão: as pessoas confundem mobilidade com rapidez. "A mobilidade não tem muito a ver com a rapidez. Não é porque tem o corredor que pode andar a 100 km/h. A gente vê que essa crescente da imprudência a cada dia que passa", afirma o advogado.