Práticas sustentáveis nos canaviais remuneram produtores no Noroeste paulista

A adoção de práticas sustentáveis no campo tem avançado no Brasil e produtores do Noroeste paulista estão buscando a maior eficiência nos canaviais com o objetivo de poluir menos o meio ambiente, manter a produtividade e atingir a remuneração com os critérios de sustentabilidade adotados. Com o fornecimento da cana às usinas e dentro do programa RenovaBio, o produtor pode ter lucratividade de até 15% a mais com créditos de descarbonização.

Com o uso de tecnologias que favorecem a biodiversidade e os tratos culturais com menos produtos químicos, por exemplo, produtores da região observam que programas como o RenovaBio- uma política pública de longo prazo e estratégica para a menor emissão de gases poluentes- têm alavancado as práticas sustentáveis nas plantações de canaviais.

“O RenovaBio é um avanço enorme para a conservação do meio ambiente, com critérios importantes para o produtor buscar novas tecnologias e impulsionar a produtividade, o que envolve muitas pesquisas que contribuem para essas práticas sustentáveis”, afirma o produtor Alexandre Pinto César, de Rio Preto.

Ele explica ainda que faz o manejo, para o controle de pragas e doenças, com o uso de produtos biológicos e os resultados são muito interessantes, como para o combate de nematoides. “Os países de clima mais quente como o Brasil são favorecidos pelos produtos biológicos, os resultados são melhores porque esses produtos são micro-organismos, mais difíceis de sobreviverem à temperatura fria”.

Juliano Maset, de Monte Aprazível, é adepto dos produtos biológicos, mais uma estratégia para a prática sustentável por usar menos os químicos que agridem o meio ambiente. “Os resultados são muito bons, porém ainda temos problemas com o ataque de pragas na cana-de-açúcar, sendo necessário investir bastante porque o custo de produção é alto com a maior pulverização que temos que adotar no canavial”.

Prêmios

Para Alexandre, a prática sustentável garante maior produtividade nas plantações do canavial. Ele recomenda que o produtor também busque os prêmios pagos para quem produz com eficiência e preserve a biodiversidade de ambiente. Ele participa do RenovaBio e diz que a remuneração em prêmios (créditos de descarbonização) aumenta entre 10% a 15% o valor da cana que segue para a agroindústria.

“Há a classificação pelas práticas que o produtor realiza e que resulta em maior ou menor renumeração dentro do programa. Quem paga esses créditos não é o governo, mas é quem polui mais, como neste setor, são as distribuidoras de combustíveis e os fornecedores de cana-de-açúcar (usinas)”, pontua.

Como produtor primário, nesta classificação do programa, Alexandre diz que faz as anotações de todas as medidas sustentáveis adotadas no canavial e recebe esses prêmios, com melhor remuneração em relação ao produtor que é classificado como padrão.