Região de Rio Preto concentra 25?s mortes por dengue no País

Das 199 mortes causadas pela dengue no Brasil neste ano, 51 ocorreram na região de Rio Preto, o que significa que 25% do total. Somente na cidade de Rio Preto, foram registrados 16 óbitos de pacientes infectados pelo mosquito transmissor, segundo dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde.
O alto risco de morte na região está diretamente ligado à forte incidência da doença. A cada dez exames positivos para dengue no País, dois são registrados na região de Rio Preto. O Brasil contabiliza 244.648 casos, sendo que 51.010 (20,85%) estão concentrados no Noroeste paulista.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde enviou 60 profissionais da Força Nacional do SUS para reforçar o atendimento em Rio Preto. Eles atuam no Centro de Hidratação de Pacientes com Dengue, localizado na Swift, que conta com 100 leitos disponíveis e atendimento 24 horas.
Causas e queda
Para Jean Gorinchteyn, professor de medicina e infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a situação alarmante na região de Rio Preto é causada, principalmente, pela forte circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue.
Entretanto, essa situação pode estar perto de uma mudança, pois dados da Secretaria de Estado da Saúde já indicam uma estabilização dos casos, fenômeno conhecido como platô, mesmo com a existência de 27.106 casos ainda em investigação, aguardando resultados de exames clínicos.
"O platô nada mais é do que uma estabilidade em números elevados. Mesmo que haja um aumento pontual, a média de casos deve se manter nas próximas semanas. Isso indica que começamos a observar uma redução no número de novas infecções, pois já tivemos um grande contingente de pessoas contaminadas", explica o ex-secretário estadual de Saúde.
O pesquisador Jesem Orellana, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é ainda mais otimista e acredita que a região já está em fase de desaceleração dos casos.
"Na realidade, o que os gráficos mostram é que o platô – o ponto máximo de registros dentro de um intervalo de tempo – já passou. Ou seja, a área geográfica em questão caminha para uma importante redução no número de novos casos", avalia o epidemiologista.
Sem relaxamento
A previsão de estabilização da dengue na região de Rio Preto já havia sido feita há duas semanas pelo secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, após a análise dos dados do governo estadual.
No entanto, Gorinchteyn alerta que essa redução não deve levar as prefeituras a relaxarem no combate à dengue. "As equipes de visitação domiciliar devem continuar atuando, principalmente em imóveis fechados. O uso de drones para identificar focos do mosquito e a aplicação de larvicidas também precisam ser mantidos. Além disso, é fundamental garantir o treinamento contínuo dos agentes de saúde", enfatiza o especialista.
Com a chegada do outono, a tendência é de uma redução natural dos casos devido à queda das temperaturas médias. No entanto, Gorinchteyn alerta que as últimas previsões meteorológicas não indicam uma diminuição significativa da temperatura.
"O que realmente pode mudar esse cenário é a adesão da população à vacinação. É essencial que pais e responsáveis levem crianças de 10 a 14 anos aos postos de saúde para receber as doses disponíveis da vacina, protegendo esse grupo mais vulnerável", conclui o epidemiologista.
Para evitar nova epidemia da dengue, a partir de 2026, O Ministério da Saúde vai disponibilizar 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme a demanda e a capacidade produtiva. Objetivo é atender a população elegível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2026 e 2027.
Veja tabela no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/1YYx9gaU2ZzzpMYWrnSVm4hvnqU1_1ZB3/view?usp=sharing