Conab estima novo recorde para a safra de grãos para o ciclo de 2024-2025

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou novo recorde para a safra de grãos para o ciclo de 2024-2025, com a perspectiva de 330,3 milhões de toneladas nas colheitas do País. O volume, se confirmado, representa um crescimento de 32,6 milhões de toneladas frente à safra de 2023-2024. O levantamento da estatal aponta ainda que esse aumento se deve tanto a uma maior área plantada, prevista em 81,7 milhões de hectares, quanto às condições climáticas favoráveis registradas na primeira safra nas principais regiões produtoras. A soja deve registrar o maior volume já colhido no País, com uma produção de 167,9 milhões de toneladas, resultado de 20,1 milhões de toneladas superior à safra passada.
Confinamento da pecuária
Os abates realizados em março, na produção brasileira de bovinos, tiveram a menor rentabilidade dos últimos sete meses, com índice de 1,3% ao mês, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Porém, as projeções indicam a expectativa de recuperação nos resultados financeiros. De acordo com os pesquisadores, essa retomada ocorre apesar do cenário de custos operacionais altos, especialmente relacionados à alimentação dos animais. Ainda assim, conforme o Cepea, a valorização da arroba do boi vem contribuindo para sustentar a recuperação das margens, aumentando a viabilidade econômica do confinamento.
Feira Agrishow
A Agrishow, considerada a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, chega a sua 30ª edição em 2025 e será realizada entre os dias 28 de abril a 2 de maio, em Ribeirão Preto. Segundo a organização do evento, neste ano o tema será "O Futuro do Agro de A a Z", e deve trazer as últimas tendências e tecnologias para o setor do agronegócio. Deverão passar pela feira mais de 195 mil visitantes nacionais e internacionais, de mais de 50 países. Produtores rurais e visitantes terão ainda a oportunidade de conhecer mais de 800 marcas de produtos que vão de máquinas agrícolas a startups, entre líderes nacionais e multinacionais, de países como Itália, Espanha, Alemanha, Colômbia, Holanda e China.
Pesquisa
A crise climática terá sérios efeitos no campo, com doenças de plantas mais severas, resistentes e difíceis de controlar. É o que aponta um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sinalizando que 46% das doenças no campo devem se intensificar até o ano de 2100. O impacto com as mudanças climáticas deve afetar culturas estratégicas para a produção de alimentos, como arroz, milho, soja, café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas. O aumento da temperatura e as alterações no regime de chuvas devem favorecer fungos, vírus e vetores, exigindo do País uma reestruturação nos sistemas de monitoramento e controle fitossanitário, conforme avaliou os pesquisadores. “A previsão de doenças em um cenário de mudança climática é um desafio complexo que exige a continuidade das pesquisas e novas estratégias de adaptação nas lavouras”, explica a pesquisadora Francislene Angelotti.