Vendas do varejo no Brasil recuam 0,1% em junho

Vendas do varejo no Brasil recuam 0,1% em junho
Diário da Região

O comércio varejista engatou em junho o terceiro mês seguido no negativo. As vendas caíram 0,1% em relação a maio, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou aquém das expectativas de analistas do mercado financeiro, que esperavam uma expansão mediana de 0,8%. Quanto ao varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas caíram 2,5% em junho ante maio.

Os dados de junho, mais fracos do que o estimado, reforçaram a tese de desaceleração da economia, segundo Mônica Araújo, economista-chefe da InvestSmart.

“Essa desaceleração é importante para uma mudança na trajetória da expectativa de inflação futura e consequentemente para análise do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) no que se refere à dosagem da taxa de juros para trazer a inflação para a meta”, acrescentou Araújo.

As vendas do comércio varejista subiram 0,1% no segundo trimestre de 2025 ante o primeiro trimestre. No varejo ampliado, as vendas caíram 1,7% no período.

“Isso mostra que a economia como um todo está em processo de desaceleração, o que deve impactar o crescimento do PIB (Produto Interno Buto)”, avaliou o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, em comentário em que estima uma elevação de 0,1% na atividade econômica no segundo trimestre.

Na passagem de maio para junho, houve reduções no volume vendido por cinco das oito atividades do comércio varejista: Equipamentos de informática e comunicação (-2,7%); Livros e papelaria (-1,5%); Móveis e eletrodomésticos (-1,2%); Artigos farmacêuticos e de perfumaria (-0,9%) e
Supermercados (-0,5%).

Os avanços ocorreram em outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem lojas de departamento (1,0%) vestuário e calçados (0,5%) e combustíveis (0,3%).

No comércio varejista ampliado, as vendas de veículos caíram 1,8%; as de material de construção, 2,6%; e o atacado alimentício não teve as informações divulgadas, por possuir série histórica ainda curta para a metodologia que desconta influências sazonais.

“Esse resultado de junho é de uma estabilidade, mas já são três meses no campo negativo. Essa combinação de três meses já dá uma diferença de patamar de -0,8% ante março”, lembrou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

Em março, o varejo tinha avançado 0,8% em relação ao mês anterior, alcançando assim um novo pico de vendas dentro da série histórica da pesquisa. A queda nos meses seguintes, após o ápice de março, teve alguma contribuição de uma base de comparação elevada, disse Santos.