Confraria Poesia de Boteco completa dois anos de versos e encontros em Rio Preto

Confraria Poesia de Boteco completa dois anos de versos e encontros em Rio Preto
Confraria Poesia de Boteco comemora dois anos ocupando bares com arte e afeto (Arquivo Pessoal)

Em uma noite especial, regada a cervejas especiais e aos quitutes do Nhô Botequim, do chef Badaró, a confraria Poesia de Boteco completa dois anos de arte e palavra viva. O encontro acontece nesta sexta-feira, 9, a partir das 20h, na Cervejaria Rio Preto, localizada na avenida Romeu Strazzi, 1834, Jardim Walkiria.

O evento – que celebra não apenas o tempo de existência do sarau, mas também a força coletiva de poetas e público que fazem da poesia um ato de encontro para compartilhar arte – acontece de forma simples e potente: microfone aberto, escuta ativa e muita poesia acompanhada pelos acordes do violão de Diego Guirado.

A cada edição, novos talentos dividem o espaço com 12 poetas já conhecidos pela frequência de participação nos encontros mensais, o ambiente permite que qualquer pessoa independente de formação, estilo ou experiência possa declamar poemas autorais.

Segundo a idealizadora do projeto, Ana Paula Sandin a confraria foi criada visando ocupar espaços alternativos. Desde sua criação, o projeto promove encontros em bares, compartilhando declamações autorais, valorizando vozes e a liberdade criativa.

“As pessoas começam a assistir e vários deles se oferecem para recitar poesias também, alguns entram para o grupo e a gente sempre deixa uma porta aberta para quem deseja participar. Com essas pessoas conhecendo o projeto, ela desperta o interesse de outros poetas e de alguma pessoa do público que queira participar também”, conta.

FORÇA LITERÁRIA

Priscila Topdjian, professora universitária de Literatura Brasileira e Filosofia, integrante do grupo desde os primeiros encontros, ressalta que esses encontros criam um espaço de troca real, de reconhecimento mútuo e de fortalecimento da cena literária local.

“Mais do que um evento, a Confraria é uma casa onde a poesia pulsa coletiva. Participo da Confraria desde a primeira edição, e posso dizer que ela ocupa um lugar muito especial na minha trajetória como poeta. Cada encontro é uma oportunidade de dar voz aos meus poemas, de colocá-los em circulação, de escutá-los no corpo da fala”, afirma.

“A Confraria tem sido fundamental para que eu me conecte com outros poetas. Ela funciona como um galo de João Cabral de Melo Neto. Não canta para si, mas para despertar o canto nos outros. É esse chamado coletivo que me move: cada voz que se ergue ali convoca outra, e outra, até que a poesia se espalha como manhã. Participar desses encontros é entrar nesse coro múltiplo, onde todos cantam, cada um à sua maneira, e ainda assim afinados no mesmo desejo poético”, completa.

Durante o evento, o chope artesanal da casa também estará disponível, fortalecendo a proposta de que poesia e boteco podem, sim, caminhar juntos. A entrada é gratuita.

“A expectativa é a gente se reunir e compartilhar esses momentos que nós passamos juntos, que nós fomos nos conhecendo, e a amizade que foi gerada entre os poetas e entre as pessoas que participaram do evento. Vamos celebrar a poesia, existente entre nós”, completa a idealizadora. (Colaborou Ana Carolina de Almeida)