Passageiros do Terminal Urbano de Rio Preto se queixam de drogas e agressão

Uso de drogas, sujeira, problemas com motoristas. Essas são apenas algumas das reclamações de passageiros do transporte público de Rio Preto que diariamente vão ao Terminal Urbano Professor Manoel Antunes. Os frequentadores dizem que jovens fumam maconha livremente e os ônibus não param nas plataformas demarcadas. Uma diarista chegou a registrar um boletim de ocorrência após ser agredida por um fiscal de uma das concessionárias do transporte.
Inaugurado em novembro de 2019, o terminal chega a receber 50 mil passageiros por dia. A maioria vem dos bairros periféricos para apanhar transporte para outras regiões da cidade.
A dona de casa Aparecida Donizete dos Santos, 65 anos, queixa-se da aglomeração de jovens que fumam maconha no jardim interno do Terminal, principalmente nos horários de pico, sem qualquer intervenção dos seguranças. “Esses meninos fumam droga e ninguém faz nada. É complicado. Falta segurança. Precisam tirar eles daqui”, critica a passageira.
Jaqueline Alonso, 35 anos, faz a mesma queixa, o que aumenta a sensação de insegurança, sobretudo ao fim da tarde e à noite.
Márcia Gomes da Silva, 49 anos, afirma que o terminal já ficou pequeno diante do volume de pessoas nas plataformas. “É um empurra-empurra enorme. Tem muita gente. Além disso, o cheiro forte de maconha é insuportável. Não pode continuar assim”, reclama.
Descaso
A cadeirante Catarina dos Santos, 80 anos, denuncia a falta de vontade dos motoristas em ajudá-la a embarcar através do elevador instalado na maioria dos veículos. Isso a deixa constrangida a ponto de desistir de sair de casa. “No meu bairro é difícil encontrar um ônibus acessível. Os motoristas dizem que o elevador está avariado, o que duvido. Acham que perdem tempo ao sair do volante. Dizem que lugar de velha é em casa”, desabafa, chorando.
Uma diarista de 37 anos, que pediu anonimato, denunciou ter sido agredida por um fiscal dentro do terminal, às 17h30 do dia 5 de maio. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
“Fui reclamar porque o ônibus da Vila Toninho não parava no ponto certo para embarcarmos. Além de me tratar com sarcasmo e desprezo, ele ainda me deu um pontapé numa das pernas”, relata. Segundo o boletim de ocorrência, alguns passageiros repreenderam o funcionário pela agressão.
Muitos passageiros reclamam da falta de linhas. “Como saio do trabalho às 20h30, tenho que apanhar ônibus de um bairro diferente, desço no último ponto e ando mais 3 km até minha casa”, afirma Hélio Ribeiro da Silva Júnior, 20 anos, morador da Estância Veneza.
Resposta
Por meio de nota, a Secretaria de Trânsito e Transportes informou que as queixas sobre agressão e falta de paciência com cadeirantes foram encaminhadas imediatamente às empresas para apuração. Ressaltou ainda que a ouvidoria (0800 778 2345) está à disposição da população para reclamações.
Sobre os ônibus que param fora do ponto, informou que isso pode ocorrer nos horários de pico, quando duas ou três linhas coincidem no embarque, devido a atrasos de poucos minutos. A orientação da Secretaria é que o motorista aguarde a saída do outro veículo antes de se posicionar corretamente.
Quanto à falta de ônibus nos horários de maior procura, foi informado que a inclusão é baseada nos dados de bilhetagem eletrônica.
A Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb) informou que realiza diariamente a limpeza das plataformas e catracas, bem como a higienização dos sanitários três vezes ao dia. "Quanto à segurança, os vigilantes são orientados a acionar a Polícia Militar ou a Guarda Civil Municipal sempre que identificam consumo de entorpecentes no local". Segundo a empresa, isso ocorre quase diariamente.