Quaresma deve impulsionar produção de tilápia na região de Rio Preto

A demanda por tilápia está mais aquecida neste início de ano e os produtores mais atentos ao mercado que não estava absorvendo toda a oferta da espécie produzida no País. Neste cenário, com o aumento de consumo do peixe nestes dias de muito calor, a procura pela proteína vem crescendo e os produtores do Noroeste paulista apostam em ligeira elevação nos preços pagos nos criatórios da região.
Na maioria das regiões brasileiras de produção da tilápia, acompanhada pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços da proteína tiveram um pequeno aumento no mês de janeiro, já que nesta época é comum o maior abastecimento de peixes para a quaresma.
O levantamento apontou ainda que na região do Noroeste do estado de São Paulo e na divisa do Mato Grosso do Sul, a média de preços foi de R$ 7,13, o quilo pago ao produtor no início de 2025, um aumento de 0,34% em relação aos últimos meses de 2024.
“Ocorre ainda uma alta oferta de tilápia e da povoação da espécie nos tanques-redes de todas as regiões do País e nos reservatórios de hidrelétricas do Noroeste paulista, com preços que estavam em baixa desde o período da quaresma do ano passado”, comenta o aquicultor Emerson Esteves, que produz 3.000 toneladas da espécie por ano em Santa Fé do Sul.
Mercado
Nas pisciculturas, produtores contam que a maior oferta de tilápia contribuiu para derrubar a rentabilidade com a comercialização e impactou no escoamento do produto para os frigoríficos que fazem o abate do peixe. “A tendência é que o preço empate com o custo de produção durante este período de proximidade com a quaresma. Porém, acredito em uma melhor remuneração ao setor somente no segundo semestre deste ano”, afirma Emerson.
Em Riolândia, Claudio Masocatto pontua que está com produção abaixo da capacidade do volume do criatório. “A oferta do mercado em algumas regiões ainda é alta, porém as previsões são de aumento de preços. O nosso volume de produção é de 300 toneladas mensais de tilápia e tivemos uma redução de aproximadamente 30% neste volume”, ressalta.
Para os produtores, apesar do período de quaresma indicar mais consumo da população e os preços ficarem mais atrativos nas pisciculturas com a maior procura por peixes, a proteína ainda não está em muitos supermercados com preço acessível às famílias brasileiras.
“A gente percebe que o conceito com a religiosidade, comum à quaresma, impulsiona mais as vendas pelo fato de o brasileiro ainda manter a tradição em preparar um prato acompanhado de peixe, principalmente na sexta-feira do feriado da Paixão de Cristo”, conclui.