Região de Rio Preto recebe R$ 7,5 milhões para desassorear rios

Três cidades da região de Rio Preto foram selecionadas pelo programa Rios Vivos, da Agência de Águas do Estado de São Paulo, para receberem ações de desassoreamento. Ipiguá, Olímpia e Tanabi receberão, juntas, investimentos de R$ 7,5 milhões para retirada de 39 mil metros cúbicos (m³) de sedimentos dos rios.
“O projeto busca melhorar a vazão dos rios, garantir água de qualidade para abastecimento e reduzir o risco de enchentes. A iniciativa também promove a revitalização de áreas ribeirinhas, incentivando o uso público para lazer e atividades físicas”, informou a SP Águas.
Engenheira florestal e mestre em agronomia, Silvana Torquato, que integra a ONG Associação Amigos dos Mananciais (AAMA) explica que o assoreamento dos rios compromete o ecossistema e as atividades econômicas e de subsistência.
“Nas áreas rurais, ele é causado por maquinários agrícolas e movimentação do gado, que provocam desbarrancamentos. Na área urbana, pela ocupação do solo e movimentação da terra, em virtude das obras. O despejo de sedimentos provoca interrupção do fluxo dos rios, reduzindo a capacidade de armazenamento de água, podendo causar enchentes”, diz.
Para a especialista, as ações corretivas de desassoreamento devem ser acompanhadas de estratégias preventivas, com o envolvimento da comunidade.
“Além de onerosa, a dragagem dos rios traz impactos para a natureza. Para evitar que esse trabalho seja refeito, é preciso investir em educação ambiental, com visitas a campo para que a comunidade conheça o problema e entenda que ela faz parte da solução”, completa.
Obras
Segundo Maureli Belei, vice-prefeito de Ipiguá, as obras já começaram nesta semana.
“Apresentamos um projeto para criação de uma represa, já pensando na crise hídrica dos próximos anos. Nosso objetivo é que o rio abasteça parte da população”, disse.
Já em Olímpia, os trabalhos, iniciados no começo de julho, estão sendo executados no córrego Olhos d’Água. Em seguida, alcançarão o córrego Zambom e a foz do rio Zambom, totalizando uma área de aproximadamente 16 mil metros quadrados.
“A obra tem grande relevância ambiental e urbana. Além de reduzir o risco de enchentes, ela melhora a qualidade da água e recupera o equilíbrio ecológico da região. A iniciativa prevê o desassoreamento dos córregos, a remoção de vegetação exótica e o incentivo à regeneração da vegetação nativa, o que contribui para o retorno da fauna e da flora locais", informou a Prefeitura de Olímpia.
Também são esperados benefícios como o aumento da vazão dos rios e a redução do impacto das chuvas no sistema urbano.
Impactos
A ambientalista Silvana lembra que as ações realizadas nos rios das três cidades impactam positivamente toda a região. "Os rios se comunicam, seja por meio dos córregos ou até do lençol freático. Toda vez que um ecossistema é restaurado, toda comunidade se beneficia, com água potável e preservação da fauna e flora", finaliza.
“Os benefícios não se restringem apenas aos municípios onde as ações são realizadas. Além disso, com a limpeza, os rios passam a ser também pontos de convivência, estimulando o lazer e a atividade física em seu entorno”, completa Camila Viana, diretora-presidente da SP Águas.