Rio-pretense Edison Carolino transforma seu amor pela música em método inclusivo

O piano entrou na vida de Edison Carolino ainda na infância, pelas mãos da tia Lídia, mas foi ao encontrar um propósito coletivo para a música que ele descobriu seu verdadeiro palco. Radicado em Londres desde 1992, o pianista nascido em Rio Preto criou um método próprio de ensino musical voltado à inclusão: o IRP – Technique (Improvisação, Ritmo e Performance). Com ele, vem transformando vidas de milhares de crianças e jovens com deficiência física, paralisia cerebral, autismo e síndrome de Down, no Reino Unido, na Índia e também no Brasil.
“Hoje, nós temos mais de 1.200 crianças que estão sendo beneficiadas pelo método IRP. E a maioria é composta por crianças autistas, crianças que têm muita dificuldade para aprender, e através desse método a gente conseguiu fazer uma ponte para ensinar a música para elas”, afirma Edison.
MÚSICA
Foi aos 6 anos que ele começou os estudos de piano clássico. Aos 12, já estava matriculado no Conservatório Carlos Gomes, em Rio Preto, e aos 15 passou a participar de concursos nacionais e internacionais. Em 1986, aos 19, venceu o tradicional concurso Barroso Neto, em São Paulo. Um dos jurados o incentivou a tentar carreira na Europa.
Já na Inglaterra, formou-se em musicoterapia pela prestigiosa Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Foi nesse contexto que nasceu o IRP, método que alia os fundamentos da música – ritmo, som, melodia e harmonia – à reabilitação física, mental e social de indivíduos ou grupos.
Hoje, Edison atua como musicoterapeuta e diretor de departamento musical em três escolas londrinas. Em 2017, ele trouxe a técnica a Rio Preto, onde ministrou workshops e atividades com crianças, encerrando o projeto com uma apresentação no teatro. “Eu vi que os nossos professores de Rio Preto têm uma vontade muito grande de aprender coisas novas. O pessoal fez muitas perguntas, fiquei super contente com o interesse deles.”
O método também se expandiu para além da Inglaterra e do Brasil. “Antes da Covid, eu estive na Índia e hoje nós temos cerca de 830 crianças naquele país que estão aprendendo o método IRP. Fico muito feliz, porque o IRP está dando muitos resultados positivos. Temos várias crianças que, através do método, estão conseguindo fazer exames de piano clássico, jazz, todos os tipos de exames relacionados à música.”
Animado com a repercussão da técnica, Edison continua ministrando workshops e formando professores interessados em aplicar o IRP. “Sempre entro em contato com outras escolas que me convidam para adotar o método e fico super contente, porque é um método que dá resultado”, finaliza o músico.