Argumentos pró e contra mudanças do zoneamento serão analisados, diz Prefeitura de Rio Preto

O mesmo dilema da mudança de perfil de bairros tradicionais de Rio Preto se reproduz no Jardim Vivendas, localizado entre as avenidas Anísio Haddad, José Munia e Benedito Rodrigues Lisboa. Os argumentos para mudar o zoneamento do bairro e colocar o Jardim Vivendas em zona 2 são semelhantes ao debate do Mançor Daud.
Proprietários favoráveis afirmam que esta é uma alteração inevitável, uma vez que a organização imobiliária da cidade passa por transformações constantes e que a mudança do zoneamento é uma consequência direta do progresso. Durante audiência, proprietários afirmaram que mudaram do bairro por falta de segurança e alegaram que no entorno do bairro já é zona mista, o que justifica a mudança.
Isso porque o vivendas é um bairro menor do que muitos outros da cidade, com 11 ruas, 36 lotes e parte dessas quadras já estão dentro da zona 2, que permite estabelecimentos comerciais. Nas avenidas que cortam o bairro, estão instalados estabelecimentos comerciais, clínicas de saúde, hospitais, bares, restaurantes, padarias, lojas, construções verticais e até complexos, como Georgina Business Park. É pelo bairro também o acesso a escolas e condomínios fechados.
CONTRA
Já os contrários à mudança mudança afirmam que a alteração vai trazer consequências na segurança e qualidade de vida dos moradores. Para eles, os comércios vão atrair movimentação maior de veículos e pessoas, deixando o bairro exposto a mais criminalidade e perturbação de sossego, além de outros argumentos semelhantes aos moradores contrários a zona mista no Mançor Daud. Discussões acaloradas que devem ser avaliadas agora pelo Executivo.
Prefeitura
O vice-prefeito, secretário de Obras e presidente do Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento (CPPD), Fábio Marcondes (PL), ressaltou durante as duas audiências que não há nenhum projeto elaborado pelo Executivo para propor as alterações. "O prefeito não sentou com técnicos da Prefeitura, com vereadores, não existe nada sendo preparado para ser votado nesta Casa. Isso primeiro precisa passar por essas discussões para entendermos um pouco mais sobre a importância de alterar ou não o zoneamento", ressaltou.
Em nota, a Prefeitura reforçou o posicionamento de Marcondes. "Vale destacar que, até o momento, não há nenhum projeto encaminhado pelo Executivo propondo formalmente a alteração do zoneamento da região", afirmou o comunicado.
Segundo o Executivo, os apontamentos apresentados pela população, tanto favoráveis quanto contrários, serão cuidadosamente analisados por uma equipe técnica, em conjunto com os demais membros do CPPD.
"Com base nessa análise, será elaborado um parecer técnico para o prefeito, Coronel Fábio Cândido, apreciar. Caberá a ele decidir se a proposta seguirá para a Câmara Municipal na forma de projeto de lei, a fim de ser debatida e votada pelo Legislativo", concluiu a nota.
Segundo o presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), o debate até aqui está em torno da demanda trazida ao Legislativo por moradores que querem a alteração do zoneamento.
"A Câmara realizou audiência pública para ouvir a opinião dos moradores, que estão divididos em relação a esse tema", afirmou Julião.