Com estoque de sangue no pior nível da história, Hemocentro de Rio Preto amplia horários

O estoque de sangue atingiu o pior nível da história no Hemocentro. Diretores da Fundação Faculdade Regional de Medicina de Rio Preto (Funfarme) e do Hemocentro pedem ajuda da população para reverter essa situação. Medidas estão sendo adotadas para tentar aumentar o número de doadores, principalmente durante a semana. A partir desta terça-feira, 20, a instituição em Rio Preto ampliou o horário de atendimento, das 7h às 15h de segunda a sexta. Essa mudança segue até o dia 30 de maio. Outras ações devem ser adotadas ao logo desse período.
Octávio Ricci Júnior, diretor administrativo do Hemocentro de Rio Preto, explica que o ideal é ter média de 3,2 mil doações por mês, o que significa 120 doações por dia. Atualmente, são 2,6 mil doações, 80 por dia. Ele ressalta que necessita dos doadores para repor rapidamente o estoque e voltar à normalidade, sem precisar, por exemplo, suspender cirurgias eletivas.
"Só tem um jeito de substituir o sangue: através da doação de sangue. Seria uma catástrofe nós termos que parar as cirurgias eletivas. A cobertura do Hemocentro é de 39 instituições, algo em torno de 2 mil leitos hospitalares. Nossa demanda cresceu, nossa capacidade de coleta está crescendo, mas precisamos do doador. Qualquer doador de sangue é importante para nós", destaca.
"A nossa ideia é atrair para que o doador que seja fidelizado, que não venha só agora. Durante o final de semana, o número é significativo, mas precisamos que as pessoas agendem durante a semana. A falta tem impactado muito o nosso estoque", afirma Andrea Aparecida Guimarães é diretora técnica do Hemocentro de Rio Preto.
Sobre os motivos que levaram a essa realidade crítica, Andrea destaca duas situações. "A época do ano desfavorável, porque muitas pessoas estão gripadas, resfriadas, tomaram vacina da gripe, esse é um momento crítico até de seleção do doador. E o outro que temos que prestar muito atenção é que a doação precisa ser altruísta, então não tem como dar nenhum benefício, não podemos fazer colaborações para que seja premiado, isso tem dificultado", finaliza.
Doação salva vidas
A pequena Izabelly Franco Benites, 8 anos, sofreu um aneurisma cerebral no dia 13 de maio de 2024. Após campanha e mobilização, 418 doadores de sangue foram até o Hemocentro e, com essa quantidade de doações, 1,6 mil pessoas também foram salvas.
Apesar da pouca idade, Izabelly tem a consciência de tudo o que aconteceu e pede para que a população façam novamente a doação.
"Eu peço para que, as pessoas que vieram doar (no ano passado), venham de novo porque salvou minha vida e pode salvar a vida de muitas crianças", diz.