Operação da PF mira quadrilha responsável por fraude tributária que atingiu dez empresas da região de Rio Preto

Operação da PF mira quadrilha responsável por fraude tributária que atingiu dez empresas da região de Rio Preto
Agentes durante operação da Receita Federal e da Polícia Federal (Divulgação)

A Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram na manhã desta quarta-feira, 10, a Operação "Quimera Fiscal", com o objetivo de desarticular organização criminosa que atuava sob a fachada de consultoria tributária. O grupo é suspeito de fraudar o mecanismo da Declaração de Compensação (DCOMP), além de praticar falsidade documental, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A abrangência das novas fraudes alcança compensações de 187 contribuintes de 65 cidades de 14 diferentes estados de todas as regiões do País, no montante de mais de R$ 244 milhões. O principal suspeito também teria obtido ilegalmente cinco números de CPF, usados no cometimento das fraudes.

Segundo a Receita Federal, as fraudes atingiram dez empresas de cinco cidades da região, com R$ 816.949,28 em compensações indevidas: uma empresa Cosmorama (R$ 18.778,15), uma de Guapiaçu (R$ 79.216,33), uma de Neves Paulista (R$ 243.987,92), quatro de Rio Preto (R$ 200.985,76) e três de Tanabi (R$ 273.981,12).

Foram cumpridos nesta quarta, 10, quatro mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e de pessoas ligadas à suposta organização criminosa. As ações ocorrem nos municípios paulistas de São Paulo, Santana de Parnaíba e São Bernardo do Campo e em Porto Alegre (RS).

Esquema
As investigações apontam que a organização oferecia a empresários falsas soluções de quitação de débitos fiscais, baseadas em créditos inexistentes. O esquema funcionava por meio da transmissão de declarações fraudulentas em nome das empresas devedoras, utilizando certificados digitais de interpostas pessoas. Quando a fraude era descoberta, os débitos voltavam a ser cobrados, mas a consultoria já havia recebido altos valores como pagamento.

Os recursos obtidos ilegalmente eram utilizados na compra de imóveis, veículos de luxo e em transferências a empresas patrimoniais e pessoas de confiança, no Brasil e no exterior. O prejuízo potencial supera R$ 231 milhões. A ação de hoje contou com o apoio da Receita Federal do Brasil.

A falsa consultoria era remunerada pelo "serviço" pelas empresas em valores correspondentes a até 70% dos impostos compensados fraudulentamente.

Nome da operação
O nome "Quimera Fiscal" foi escolhido para representar uma fraude tributária sofisticada e ilusória, que mistura elementos reais com falsificações para criar uma aparência de legalidade. Assim como a criatura mitológica quimera - formada por partes de diferentes animais e símbolo de algo impossível ou enganoso - a operação investiga uma falsa consultoria que oferecia soluções tributárias fantasiosas, baseadas em créditos inexistentes e documentos manipulados.