Rio Preto é a 5ª cidade com mais captura de procurados da Justiça

Rio Preto é a 5ª cidade com mais captura de procurados da Justiça
Prisão de procurado da Justiça feita por policiais da Deic em junho deste ano (Polícia Civil/Divulgação)

Rio Preto é a 5ª cidade do país e a 2ª no estado de São Paulo com maior número de capturas de pessoas com mandados de prisão expedidos pela Justiça.

O ranking nacional é liderado pela capital São Paulo, seguida por Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Londrina (PR). O município do interior paulista supera capitais importantes do país, como Fortaleza (CE), Manaus (AM), Cuiabá (MT) e Salvador (BA). Os dados são do Ministério da Justiça, referente a 2024.

No estado de São Paulo, Rio Preto está à frente de cidades como Ribeirão Preto, Campinas, Franca, Bauru e Marília em número de prisões de procurados pela Justiça. Também supera Sorocaba, São José dos Campos e até Guarulhos, de acordo com dados de 2024.

OS PRESOS
Os presos são pessoas com mandados de prisão temporária, preventiva ou já condenadas, mas que, por mudança de endereço ou fuga, continuam em liberdade. Em alguns casos, há até mudança de estado para escapar da prisão.

Segundo o comandante do CPI-5, coronel Nilson Cesar Pereira, parte dessas capturas é realizada por policiais militares durante abordagens de rotina em patrulhamentos, ou por policiais rodoviários estaduais e federais durante fiscalizações às margens das rodovias.

“Nossa estratégia na região é aumentar as abordagens durante o patrulhamento pelas ruas como forma de prevenção ao crime. Esse trabalho é feito pelas equipes do 17º Batalhão da PM e pelo Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar). Outra estratégia é efetuar a prisão imediata logo após o crime. Ao prender procurados pela Justiça, estamos retirando das ruas pessoas que podem cometer novos crimes, pois se trata de alguém que já não deveria estar em liberdade”, afirma o oficial.

Para capturar os foragidos, a PM tem investido em operações semanais, principalmente em regiões centrais e bairros com altos índices de criminalidade, conforme dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo.

Quem também tem atuado nas prisões de procurados é a Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. Uma das equipes responsáveis é o Grupo de Operações Especiais (GOE).

“Há situações em que a equipe precisa ficar de campana em frente ao local onde há indícios de que o suspeito esteja escondido, muitas vezes usando outro nome. Também utilizamos ferramentas eletrônicas que ajudam a localizar o foragido”, explica o diretor da Deic, Fernando Tedde.

Nos últimos meses, a Deic tem prendido em Rio Preto pessoas procuradas ou condenadas em outros estados, que escolhem a cidade como esconderijo. Para evitar serem encontrados, muitos conseguem empregos ou alugam imóveis com documentos falsos, ou em nome de terceiros.

“Isso acontece muito com foragidos de outros estados. Fogem de lá e vêm para Rio Preto, acreditando que nunca serão localizados. Mas estamos sempre trocando informações com policiais de outros estados, que nos atualizam sobre foragidos que podem estar aqui”, completa Tedde.

Ação coordenada
A prisão de procurados ou condenados pela Justiça é parte fundamental da manutenção do Estado de Direito, um dos pilares da democracia, na visão da diretora do Fórum de Rio Preto, juíza Luciana Cassiano Zamperlini Cochito.

“Creio que é algo positivo para a população de Rio Preto. A Justiça Criminal da cidade — composta pelas quatro varas criminais, vara do júri, vara de violência doméstica, vara de execução penal e Deecrim — busca cumprir a lei penal de forma célere e justa. O alto número de mandados judiciais de prisão é um reflexo desse trabalho”, afirma a magistrada.

Para o professor de Direito Mário Luiz Ribeiro, é importante que os mandados de prisão, especialmente os de condenados, sejam cumpridos quanto antes, pois, nesses casos, todos os prazos de recurso já foram encerrados, garantindo amplo direito de defesa.

“Os dados mostram que há, em Rio Preto, uma força conjunta entre o Poder Judiciário e as corporações policiais para o cumprimento desses mandados — inclusive em comparação com cidades mais populosas, mas que apresentam números menores. Isso evidencia um monitoramento contínuo da execução penal e uma integração eficaz entre Judiciário, polícia e Guarda Municipal”, avalia o acadêmico.