Exportação de limão cresce e região mantém liderança na produção

Exportação de limão cresce e região mantém liderança na produção
Diário da Região

Produtores de limão do Noroeste paulista estão animados com o volume de exportação da fruta que tem como principal destino a União Europeia. No campo, os pomares se desenvolveram regularmente e o clima favoreceu as plantas em comparação com a safra anterior. Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA) apontam que a exportação do tahiti impulsiona o setor, com embarques que resultaram em 81 mil toneladas (US$ 72 milhões) somente no primeiro semestre de 2025.

O IEA destaca ainda que o estado paulista é o maior produtor brasileiro de limão, sendo que em 2024 foram cultivadas mais de 1,1 milhão de toneladas. Para a exportação, o órgão da Secretaria estadual de Agricultura aponta ainda o aumento de 21% da fruta exportada neste primeiro semestre de 2025, frente ao mesmo período do ano passado.

Em Itajobi, na região de Catanduva, os cultivos do limão se destacam com a variedade tahiti. Além das plantações, a produção regional mantém muitas empresas exportadoras e os barracões que armazenam a fruta, também conhecidos como packing house. Já em Urupês, produtores trabalham com a cooperativa Cooper Limão, que também registrou o avanço das exportações neste ano.

A empresa familiar Pimentel Itajobi, de Itajobi está no setor que processa e embala a fruta para a exportação há 30 anos, atendendo, principalmente, o mercado internacional como Reino Unido e a União Europeia. “Em 2024, exportamos mais de 4.000 toneladas de limão tahiti, e vimos um ano bastante próspero para o setor, mesmo enfrentando um período de seca severo para a agricultura”, pontua Alison Dejavite, analista de exportação da Pimentel.

Ele contou ainda que a empresa realizou investimentos em melhorias no packing house, o que aumentou a capacidade de produção, resultando em maior volume exportado. Apesar dos desafios do setor e do mercado externo, Alison explica que a perspectiva para 2025 é de avanço no setor, inclusive para o ano de 2026.

Cooperativa

Na Cooper Limão, de Urupês, os embarques também animaram os citricultores. Segundo Thyago Gasque, produtor e presidente da cooperativa, em seis meses os embarques do fruto somaram 24,480 mil toneladas em 2025, com 70 contêineres que seguiram para União Europeia e Reino Unido. “Agora temos também o mercado aberto para exportarmos ao Canadá”, pontua.

Thiago ressalta que o volume de limão exportado foi muito bom para mais de 30 produtores que trabalham com a cooperativa. “Os embarques cresceram, somente a expectativa com os valores pagos que não superou o que o citricultor aguardava”, diz o presidente.

No campo, clima favorece a plantação
Período de entressafra dos pomares de limão, produtores que impulsionaram os tratos culturais e mantêm a irrigação, além de outros cuidados conseguem ainda colher a fruta para o mercado interno. Neste ano, com o inverno mais rigoroso no Brasil, os citricultores contam que o consumo de limão tahiti caiu um pouco em relação ao ano passado, o que pressionou os preços da caixa comercializada e pagos no campo.

“Quem ainda tem o limão no pé e fez os tratos culturais, consegue escoar para o mercado interno. Para manter essa fruta, no período mais seco do ano, só mesmo com a irrigação ligada e agora, também vamos ver como os preços se fixam”, diz o citricultor Renato Martins, de Rio Preto.

Na propriedade de Gerson Gasparini, em Itajobi, os tratos fitossanitários começaram no mês de fevereiro e o citricultor planejou os tratamentos no limão para essa época de entressafra. “O limão fica com menor volume no pé, mas as exportações foram muito boas e até o mês de outubro quando poucos produtores ainda colhem, vamos observar como será a demanda do mercado interno”, ressaltou.

Os preços pagos pela caixa do tahiti, conforme os citricultores, não estão melhores do que o mesmo ciclo da entressafra de 2024, quando o clima na região registrou extremos climáticos entre seca e pouca chuva. “Em 2024 os preços da caixa, neste período, estavam sendo comercializados até por R$ 120, mas neste ano os preços estão entre R$ 70 e R$ 80”, afirmou o citricultor Thyago Gasque. (CC)

Doenças controladas
Nos últimos anos, embarcações de limão tahiti foram barradas em países da União Europeia por apresentaram riscos de contaminação por cancro cítrico. Segundo os produtores da região de Catanduva — que estão entre as propriedades mais afetadas com a doença — nesta safra a doença está mais controlada, com a maior fiscalização da Defesa Agropecuária nos packing house e nas propriedades que cultivam a fruta.

Segundo a Defesa Agropecuária, as ações de certificação fitossanitária de origem possibilitam a exportação dos produtos paulistas. O cadastro e supervisão de plantios de limão tahiti tornam São Paulo como o maior exportador do País, com mais de 70% da fruta exportada.

“Investimos continuamente na certificação fitossanitária de origem, garantindo que os produtos paulistas cheguem ao mercado internacional com qualidade e segurança. O cadastro e a supervisão dos plantios de tahiti são resultados do trabalho integrado entre produtores, setor privado e serviço oficial, assegurando competitividade, abertura de novos mercados e geração de renda para todos os citricultores,” afirmou o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal, Alexandre Paloschi.

Para os citricultores, o trabalho de fiscalização é importante para que a doença do cancro cítrico tenha maior controle ao entorno das plantações. “O cancro está mais controlado e também não tivemos mais notícias de que os embarques de limão para outros países foram barrados, como aconteceu em safras anteriores”, explica Gerson Gasparini. (CC)