Litro da gasolina e do etanol sobe, em média, 10 centavos na bomba

Os preços dos combustíveis subiram no último sábado, 1º de fevereiro, em Rio Preto. A gasolina e o etanol tiveram aumento de R$ 0,10 por litro, enquanto o diesel aumentou cerca de R$ 0,20. O reajuste reflete a alta do dólar, as negociações com a Petrobras e o aumento na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em Rio Preto, a maioria dos postos já repassou os novos valores, segundo pesquisa feita pelo Diário da Região.
No caso do diesel, a Petrobras elevou o preço nas refinarias em R$ 0,22 por litro (+6,2%), para reduzir a defasagem de 17% em relação aos preços internacionais. Além disso, a alíquota de ICMS subirá R$ 0,06, de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro.
Em relação à gasolina e ao etanol, a Petrobras não alterou o preço nas refinarias, que está com defasagem em torno de 7% em relação aos preços internacionais. No entanto, a alíquota de ICMS subiu R$ 0,10, de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro.
O reajuste do ICMS sobre os combustíveis em todo o Brasil foi determinado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão que reúne os secretários de Fazenda dos estados.
Mais caro
Segundo o presidente da regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Roberto Uehara, o aumento dos preços no litro da gasolina e etanol pode ser justificado por dois fatores: o câmbio disparado da moeda americana e esse aumento na alíquota de ICMS.
"Juntou-se esses fatores e foi inevitável a alta do produto nas refinarias, nas distribuidoras e por fim nos postos de combustíveis. Os postos estão tentando repassar os valores que se incidiram sobre estes produtos", explica.
O presidente aponta incertezas sobre novos reajustes nos combustíveis. "É difícil de responder porque a gente não sabe como vai permanecer o câmbio da moeda americana, tudo depende da volatilidade do câmbio, essas chuvas frequentes e pesadas que estamos atravessando também acabam atrapalhando".
Pesa no bolso
O economista Hipólito Martins, de Rio Preto, alerta para os reflexos desses aumentos no custo de vida dos rio-pretenses.
"As pessoas estão cada vez mais tirando esse dinheiro do orçamento, porque não sobe só o preço do combustível, tudo fica mais caro. Mais de 60% dos alimentos e outros produtos são transportados via rodovias. Gerando menor poder aquisitivo dos trabalhadores, aumento na tarifa de ônibus, encarecimento de alimentos e serviços", afirma.
Os motoristas de Rio Preto sentiram esse aumento já pesar no bolso. Cícero Almeida de Souza, mestre de obras, conta que foi abastecer o carro na manhã desta segunda-feira, 3, e se deparou com o aumento.
"É um absurdo, não tem nem o que discutir. Abasteço duas a três vezes na semana porque eu rodo bastante com o carro. Abasteci sábado, vou colocar mais R$ 100 porque o dinheiro está curto. Não tem de onde a gente tirar", diz ele.
O técnico de enfermagem Alex de Souza Cândido afirma que, com esse aumento nos combustíveis, o gasto para abastecer o carro será de R$ 150 a mais por mês.
"Abasteço três vezes na semana. Achei um absurdo, tudo aumentando. A gasolina, principalmente, e o salário não aumenta", conclui.
Dicas
Para reduzir o impacto no orçamento, o economista sugere algumas estratégias. "O que a pessoa precisa é praticar a carona solidária, utilizar o transporte coletivo, fazer um planejamento para ir no caminho certo. E lembrando que se o etanol custar até 75% da gasolina, até aí é vantajoso, passando disso, já compensa colocar gasolina", explica.
Gás de cozinha
Enquanto os combustíveis ficaram mais caros, o Confaz anunciou a redução de R$ 0,30 nos preços do gás de cozinha. As alíquotas cairão R$ 0,02, passando dos atuais R$ 1,41 para R$ 1,39 por quilo. No entanto, segundo Éder Freitas, presidente da Associação dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo e Água Mineral de Rio Preto, essa redução não chegará ao consumidor.
"A questão do preço não vai mudar, nós vamos absorver no nosso custo. As companhias vão repassar para atacadistas e os atacadistas nem vão repassar, não veremos nenhuma mudança no preço do gás".
(Colaborou Ana Beatriz Aguiar)